sexta-feira, 8 de julho de 2011

Deus não precisa de advogado!

Então Simão Pedro, que tinha espada, desembainhou-a, e feriu o servo do sumo sacerdote, cortando-lhe a orelha direita. E o nome do servo era Malco.
Mas Jesus disse a Pedro: Mete a tua espada na bainha; não beberei eu o cálice que o Pai me deu? Jo 18:10-11

Nessa passagem Jesus estava sendo preso pelos servos do sacerdote e Pedro, indignado com a situação, colocou-se a frente de Jesus, disposto a lutar para defender o mestre.
A atitude de Pedro não é nada incomum.
Pare por um minuto e pense em quantas vezes você se colocou a frente de Deus procurando defendê-lo?
Muitas vezes por uma discordância ou por um ponto de vista diferente em relação a vontade de Deus nos colocamos diante Dele dispostos a lutar com todas as nossas forças, contra tudo e contra todos.
E assim, de espada em punho, saímos desferindo golpes a torto e a direita ferindo todos que cruzam o nosso caminho.

Por melhor que fossem as intenções de Pedro, ele estava errado e se o seu objetivo tivesse sido alcançado Jesus não teria morrido na cruz e, hoje, não teríamos alcançado a salvação por meio do seu sacrifício.
Pedro estava analisando a situação através de sua visão limitada, sem entendimento dos grandiosos propósitos de Deus.

É muito comum agirmos como Pedro agiu. Em uma situação em que as coisas se desencadeiam de forma errada (ao menos para nossos olhos), nos sentimos no direito de nos tornarmos advogados de Deus e de sua palavra.

Mas será que é esse o objetivo do Pai para nós? Será que Deus nos chamou para sermos seus advogados?

Em outras palavras, será que o Deus onipotente, onipresente, onisciente precisa ser defendido?

Veja o que Jesus disse a Pedro após este cortar a orelha de Malco:

Ou pensas tu que eu não poderia agora orar a meu Pai e que ele não me daria mais de doze legiões de anjos? Como pois se cumpririam as Escrituras, que dizem que assim convém que aconteça? Mt 26:55-56

Infelizmente algumas vezes esquecemos que Deus é soberano e está no controle de todas as coisas. Não cai uma gota d'água se ele não permitir. Portanto, obviamente, tudo o que está acontecendo, por pior que pareça ser, se encaixa em seus planos, cujo objetivo sempre é algo bom para nós.

A morte de Jesus na cruz foi algo terrível!! Mas através desse sofrimento Deus nos deu redenção e salvação.

Por isso, é de crucial importância que entendamos que Deus nos chamou para sermos seu povo e adorá-lo em Espírito e em verdade. Fomos chamados para sermos filhos de Deus e a única tarefa que ele nos deixou foi levar as boas novas do reino de Deus, ou seja, o Evangelho, àqueles que não o conhecem:

E disse-lhes: Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura. Mc 16:15

Perceba que Jesus disse ide por todo mundo e pregai esse evangelho e não ide por todo mundo e defendei. Essa diferenciação é muito importante, pois a palavra de Deus foi feita para ser pregada e não debatida.
Nossa função é apenas lançar a semente, pois é o Espírito Santo de Deus quem convence.
Isso significa que muitos de nós tem agido como Pedro e se colocado diante de Deus, de espada em punho, com o objetivo de defender sua palavra. Ao agir assim usurpamos a função de Deus e atrapalhamos o seu mover, afastando Dele aqueles a quem, na verdade, deveríamos atrair.
Com isso, Deus tem que estruturar um novo plano de evangelização para aquela pessoa que foi ofendida por nós, levantar novos servos para pregar para ela... enfim, o trabalho recomeça do início, coisa que seria desnecessária, se não fosse nossa atitude precipitada.
No caso de Pedro e Malco, Jesus reconstruiu a orelha que foi cortada:

E, respondendo Jesus, disse: Deixaivo-os; basta. E, tocando-lhe a orelha, o curou. Lc 22:51

Jesus teve que restaurar uma orelha, que estaria sã, se não fosse a ação de Pedro.

Temos que tomar cuidado com nossas ações, pois não estamos aqui para abrir feridas e sim levar a Palavra daquele que traz a cura.

Isso não significa que temos que nos calar quando estamos diante de coisas erradas. Mas a nossa arma não é a espada ou uma língua afiada e sim a oração.

Quando nos deparamos com o erro não devemos criticá-lo ou nos desesperarmos, devemos dobrar os joelhos,

Porque não temos que lutar contra a carne e o sangue, mas, sim, contra os principados, contra as potestades, contra os príncipes das trevas deste século, contra as hostes espirituais da maldade, nos lugares celestiais. Ef 6:12

A oração é a nossa arma, então temos que usá-la e abandonar de uma vez por todas a advocacia para Deus, pois essa atividade não nos traz nenhum benefício, ao contrário, é um retardo ao mover do Pai.

Paremos então de atrapalhar e passemos a ser verdadeiros colaboradores do Pai, levando o evangelho genuíno aos nossos semelhantes e deixando as demais tarefas com quem realmente tem o poder de desempenhá-las: o Espírito Santo de Deus.

Read more: http://ouvindodeushoje.blogspot.com/2011/06/deus-nao-precisa-de-advogado.html#ixzz1RaKiLlIv